O nome do meu gato


O nome do meu gato

A primeira foto que apareceu de gato quando procurei algo pra ilustrar o texto

Eu não gosto muito de animais, confesso. Inclusive já usei disso para afastar pessoas, umas poucas, é verdade, mas deu certo. O pelo pela casa, acredito eu, ser um fator crucial. O Luiz diz que animais compensam pelo afeto, mas sou meio cético quanto a essa compensação. Talvez essa falta de apego venha de família, não sei, minha mãe também não é grande fã, digamos assim. Freud deve explicar.

Mesmo assim, essa semana de carnaval fiquei muito tempo pensando qual nome eu daria pro meu gato fictício. Dar nome as coisas é algo muito difícil. Quando eu era criança, adorava dar nomes complicadíssimos aos meus personagens, também fictícios. Quase igual aqueles pais que decidem juntar dois nomes, normalmente de avós, ou inventar nomes porque acham chique ter um primeiro nome diferente. Chique é ter o sobrenome diferente, mas aí é outra história.

Conrado. Esse é o primeiro nome que pensei ao meu gato. Me lembra tanto as praias do rio de janeiro, que na minha imaginação são bem melhores que na realidade, quanto grandes nomes da história. De acordo com a internet, significa “conselheiro prudente”. Acho que seria um bom nome de psicólogo, psiquiatra, ou até mesmo para um cachorro, mas não para o meu gato.

Também não poderia ser nenhum nome rotineiro, como Eduardo ou Carolina. É uma sensação ruim nomear animais igual de gente, já que a gente sempre acaba conhecendo alguém horrível ou insuportável com esses nomes, e aí a ideia de olhar para o pobre animalzinho e lembrar desse tipo de gente não é agradável.

Sempre gostei da ideia de nomes fofos, tipo pipoca ou mingau. O problema é que quase todos animais com esses nomes costumam ser bastante bagunceiros. Vamos combinar que é difícil dar uma bronca se o bichinho tem um nome tão carinhoso quanto esse. Acho que não conseguiria sem dar uma risadinha e perder totalmente a moral com o gato, mesmo depois de ter sido todo arranhado. Nunca me aconteceu, mas é uma possibilidade.

Enfim, pensando melhor, acho que preciso de prudência com meu gato fictício, não costumo ter muito cuidado em preservar esse tipo de divagação.